Esmeralda cor de rosa de Carlos Reys - OPINIÃO


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Quem tem ideais na vida terá, certamente, um ou mais mentores que como faróis, lhe indicarão rumos certos de rota e escolhos a evitar. Raramente o mentor será um modelo de conduta tão abrangente que se ajuste a todas as facetas da vida. Assim podemos ter mentores no campo da vida familiar, da vocação profissional, da vida artística, da vida amorosa e até na vida religiosa.
O autor, Carlos Reys, adaptou um mentor ficcional, Guilherme Esteves, que o terá inspirado para a vida e que ele escolheu como personagem condutor de uma saga de pessoas que preenchem o tempo que vai do após a Primeira Guerra Mundial até aos nossos dias e cujas existências vão colorir uma cidade portuguesa, banhada por um rio que é fonte de sustento e de evasão de um Portugal oprimido até à libertação do 25 de Abril de 1974.Não sendo um livro histórico o retrato das personagens que o habitam é pelas suas características uma referência da sociedade média de Portugal do século XX.

Opinião:

Um dia fui consultar o email do meu blog e deparei-me com um contacto de um autor acerca do seu livro. Prontamente me disponibilizei para ler e dar a minha opinião sobre a sua obra, e posteriormente lançar um passatempo para assim poder proporcionar a algum dos seguidores a mesma experiência que tive. 

Confesso que não sou grande apreciadora de literatura portuguesa e é muito difícil encontrar algum livro português que preencha as expectativas que gero quando leio uma sinopse. Contudo, ao ler esta fiquei imediatamente ansiosa por me envolver no livro. As primeiras páginas foram arrebatadoras e prenderam instantaneamente a minha atenção. Trata-se de uma história construída com base em inúmeras personagens tipicamente portuguesas que viveram antes do 25 de Abril de 1974. 

Um dos factores que mais me surpreendeu, foi o facto de apesar de existir um mentor neste enredo, a história não gira apenas à sua volta. Assim, foi-me dada a possibilidade de conhecer todas as outras personagens de uma maneira única que só enriquece este livro. 

Como elemento fundamental deste romance destaco a jovem Sara que apesar do seu ambiente familiar lutou sempre por alcançar uma vida melhor e que apesar de não ter concretizado todos os seus sonhos alcançou a estabilidade pretendida. 

Dei comigo, frequentemente a encontrar situações descritas neste livro que já me haviam sido contadas pelos meus avós que tantas fizeram questão de referir a falta de comida e as dificuldades passadas. Precisamente pelo facto de a vida há 60 anos atrás ter outro grau de dureza que hoje não conhecemos fiquei a perceber o porque de com 47 ou 48 anos naquela altura as pessoas já se encontrarem cansadas e se considerarem “velhas”. 


Quem como eu anda a fugir das leituras em português, pode aproveitar este livro para com uma leitura leve e enriquecida por personagens do antigamente voltar a saborear um bom livro. Agradeço desde já, ao Sr. Carlos Reys a oportunidade e claro o ter despertado em mim a vontade de voltar a ponderar incluir a leitura em português em futuras aquisições. 

Escrito por Ana Barbosa
Direcção do blog


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