O indesejado - Opinião


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Num Verão poeirento depois da guerra, na zona rural de Warwickshire, um médico é chamado para ir ver uma doente a uma casa isolada chamada Hundreds Hall. É nela que vive a família Ayres há mais de dois séculos. A casa de traça georgiana, outrora bela e imponente, está agora em declínio, com a alvenaria a cair, os jardins sufocados pelas ervas e o relógio do estábulo parado para sempre nas vinte para as nove. Os seus proprietários — mãe, filha e filho — tentam adaptar-se a uma sociedade em mudança, e apaziguar os seus próprios conflitos. Mas estarão os Ayres assombrados por algo mais sinistro do que um modo de vida que está a desaparecer?

Opinião:

A história de "O Indesejado" decorre no pós guerra, numa propriedade Hundreds Hall (no meio rural e algo isolada), pertencente à família Ayres há muitos anos.
Antes de iniciar a leitura do livro, e numa leitura um pouco vertical, suscitou me curiosidade a seguinte frase da sinopse:”… Mas estarão os Ayres assombrados por algo mais sinistro do que um modo de vida que está a desaparecer?” confesso que ao longo da leitura do livro a frase ensombrava na minha cabeça diversas vezes. Pois quando pensava que estaria a encontrar uma resposta para a história eram apresentados novos factos/ situações e todo o enredo de descobri a resposta a pergunta da sinopse continuava como se de um ciclo se trata – se. Esta “provocação” na sinopse do livro desperta a ânsia de leitura assim como, orienta o leitor para o rumo pretendido com a história. 

O livro inicia com o Dr. Faraday a recordar um dia da sua infância passado na Majestosa e Imponente casa Hundreds Hall. Contudo, quando o Dr. retoma à casa para prestar serviços médicos é surpreendido por uma realidade dispare à da sua infância. A Imponente Hundreds Hall de outrora agora encontra-se decadente, envelhecida. 

Desde desse dia que o Dr. Faraday começou a ser visita recorrente (deixando a relação de médico da casa mas passando a amigo da família) na casa dos Ayres ( onde vivem “Mrs. Ayres” mãe e os seus dois filhos jovens: “Caroline e Roderick”). 

Conforme a história vai decorrendo, vão surgindo situações de suspense que induzem no leitor a vontade de ser também uma personagem real da história. Tais como: um cão que “supostamente” fere uma criança; um incêndio que surge durante à noite; os “S” escritos em diversas partes da casa e que até então nunca tinham sido descobertos; os barulhos…e muitos mais que vocês irão descobrir ao ler o livro. 

Com tantas coisas estranhas à acontecer naquela casa. Dr. Faraday, baseando-se na ciência atribuí tais fenómenos/acontecimentos a distúrbios mentais, como por exemplo: alucinações. E que se deviam ao cansaço, a desilusão, o arruinar da família …

Por diversas vezes me coloquei a pensar se nãos seria mesmo um “fantasma”, como a família Ayres e criada acreditam ou serem alucinações como o Dr.Faraday. Essa dicotomia de incertezas desponta a continuar a ler…como se atingisse um ponto de explicação concreto. 

O texto está de tal modo pormenorizado que é como se o acompanhássemos mentalmente numa tela de cinema. São apresentados pormenores como as texturas, cores, expressões faciais a descrição de cada recanto da casa, entre outros. Tudo isto traduz-se na  aproximação do leitor à história.

Por:
Rita Teixeira

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